7 de novembro de 2016

#43 Resenha: Menina Má

           Olá leitores! Era para eu ter publicado esta resenha no Halloween, maas, só consegui escrevê-la hoje. Espero que gostem!


Publicado originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns para descrever o último e mais conhecido romance de William March. Os críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway se declarou um fã. Em menos de um ano, MENINA MÁ ganharia uma montagem nos palcos da Broadway e, em 1956, uma adaptação ao cinema indicada a quatro prêmios Oscar, incluindo o de melhor atriz para a menina Patty McComarck, que interpretou Rhoda Penmark.Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.MENINA MÁ é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.


           O livro conta a história de uma garotinha fria e calculista, de apenas oito anos. Rhoda é uma filha única, que mora com a mãe, pois o pai é militar. Sempre competitiva, a menina esperava ganhar uma medalha de caligrafia, e não consegue aceitar quando perde para um garoto qualquer.
          "Tão bonitinha e determinada" era como os adultos viam a atitude mimada da menina. Quando ela batia o pé e dizia que merecia a medalha, achavam engraçadinho.
         Até que um dia, em um piquenique do colégio, uma catástrofe acontece: o menininho, que havia ganhado a medalha, se afogara. Christine, a mãe de Rhoda, começa a perceber que não é a primeira vez que coisas estranhas aconteciam perto da filha. Ela começou a ficar preocupada, e entrou em uma busca para descobrir qual era o problema de Rhoda.
         E nessas horas, eu me perguntava: como todo mundo acha que é normal uma garota de oito anos pensar e agir assim? Talvez, a razão pela qual crianças com transtornos (não só a psicopatia, mas quaisquer transtorno) não são diagnosticadas cedo, é culpa nossa, que não presta atenção nos detalhes que estão nos dando.


Critérios de Avaliação
Buscando uma nota justa, com mais imparcialidade, utilizo alguns critérios para te mostrar as vantagens ou desvantagens da obra e te auxiliar na decisão da leitura. Embora eu dê sempre minha opinião acerca das obras, acredito que a nota não deve ser somente baseada na minha opinião, já que isto é algo muito relativo.

Criatividade: 4/5
Histórias com pessoas psicopatas hoje em dia é o que não falta. Mas e em 1954? Falar sobre psicopatia infantil naquela época foi algo totalmente inédito, não sendo por acaso que a história fez tanto sucesso. 
Mas se o tema abordado no livro foi tão inovador, por que não mereceu nota 5? Eu achei que o autor não aproveitou muito a questão em si. Claro, ele mostrou como esta doença podia ser genética e tudo mais. Porém, o autor focou tanto na busca da mãe de Rhoda sobre o que poderia estar acontecendo com a filha, e demorou tanto nisso, que eu me encontrei lendo uma história maçante que tinha um grande potencial.

Narração: 3/5
A narração é em terceira pessoa e no início fiquei um pouco confusa com os personagens. Não achei muito descrito neste aspecto, e muitas vezes confundi as pessoas por terem sobrenome parecido. Fora isso, a narração em si é envolvente e tranquila.
Personagens: 4/5
As personagens são bem trabalhadas, apesar de ter aqueles estereótipos básicos. O que me incomodou, foi a falta de personalidade de Christine, a mãe de Rhoda. Ela é uma pessoa extremamente insegura, e apesar de ser a intenção do autor, é aquela personagem que você fica com raiva do início ao fim por ter tomado determinadas decisões. 
Achei a Rhoda muito bem trabalhada, de acordo com as impressões que o autor tinha sobre psicopatia, e a frieza dela nos faz arrepiar. Em questão aos demais, a maioria não é muito descrita e acaba sendo deixada de segundo plano.
Capa: 5/5
Eu sou suspeita para falar, porque sou apaixonada pelas capas dessa editora. Além disso, estou amando não ter nada escrito nas capas, porque evitam aquela poluição visual. Mas honestamente, esta capa, além de linda, é genial! Uma boneca supostamente inocente, mas com aquela outra face medonha e escondida, representa tudo que Rhoda é.


Diagramação: 5/5
Edição típica de Darkside não poderia merecer outra nota. As páginas são amareladas, letras de bom tamanho e imagem antes de cada capítulo. A única coisa que me incomodou foi a falta de travessões para indicar as falas, mas nada que interfira na leitura. 

Enredo: 3/5
Se você está esperando ação, muito terror, e suspense: você vai se decepcionar. Embora a trama seja sobre uma criança psicopata, o livro não é aquela história de dar medo. Muito pelo contrário, as ações de Rhoda são previsíveis, e o autor apresenta várias dicas sobre o que vai acontecer.
O livro mesmo é focado na descoberta de Christine sobre a própria vida e sobre sua família, coisas que podem explicar o fato de Rhoda ser daquele jeito. Achei bem interessante essa busca que Christine teve, mas demorou tanto para ela descobrir e tomar alguma providência, que me incomodou um pouco o ritmo lento da história.

Nota final: 3/5

          E por fim, mas não menos importante, queria dar minha opinião rapidinho aqui: apesar de Menina Má ser um clássico aclamado de terror, e ter feito sucesso no mundo inteiro, e faz até hoje, não foi um livro que eu gostei de ler. Como disse ali em cima, achei uma leitura maçante e que não foi bem aproveitada. Quando li o final, fiquei com tanta raiva que tive que esperar um mês para escrever uma resenha sensata. 
          Minha opinião não interfere na qualidade da obra, por isso resolvi mantê-la no final. Então se você quer ler o livro, espero que isso não te desanime. Mas como eu disse: não vá ler esperando um terror psicológico ou um suspense. Leia com a mente aberta, esperando mais uma investigação com um drama pessoal ou algo do tipo.

Menina Má || Autor: William March || Páginas: 272
ISBN: 9788566636819 || Darkside Books || Limited Edition

Um comentário

  1. Olá! Eu nunca li nada da editora mas eu fico sempre com o pensamento que vou ler algo de terror dela, e ás vezes os livros não são realmente assim. Eles abordam medo, terror, suspense e afins mas não são realmente feitos para dar medo, o que me deixa um pouco decepcionada. Sei que adoraria ler o livro mesmo assim.
    Beijo, Leitora Encantada

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